
Um britânico foi condenado por usar uma Apple AirTag para monitorar a ex-esposa após o término do relacionamento. Kevin Reid, de 65 anos, deu início a uma campanha de perseguição contra Sally Reid ao descobrir que ela havia iniciado um novo romance. Durante 14 meses, ele acompanhou os movimentos da ex-companheira, acessando indevidamente as configurações do celular dela e instalando uma AirTag escondida em seu carro.
O caso, ocorrido em Dorset, no Reino Unido, ganhou repercussão nas redes sociais e levantou preocupações sobre o uso indevido de tecnologias de rastreamento pessoal. Diante disso, o TecnoTudo preparou um guia com orientações importantes para quem deseja se proteger em situações semelhantes. A seguir, explicamos o que são as AirTags, como funcionam e o que fazer ao receber um alerta de que uma delas pode estar se movendo com você. Confira as dicas e saiba como garantir sua segurança acessando também o TecnoTudo.

O que aconteceu?
Kevin Reid, executivo de vendas no setor hoteleiro, foi condenado por perseguir sua ex-mulher, Sally Reid, utilizando uma Apple AirTag. Ele alterou as configurações do celular da ex-companheira sem consentimento, ativou o compartilhamento de localização e escondeu uma AirTag no carro dela. O caso, ocorrido no Reino Unido, expôs os perigos do uso indevido de dispositivos de rastreamento.
A perseguição começou em outubro de 2022, um mês após o divórcio, que até então era considerado amigável. Além do rastreamento, Reid deixava flores, bilhetes e mensagens inquietantes para Sally, que passou a viver sob constante medo. O tribunal de Weymouth condenou o agressor a 60 horas de trabalho comunitário e impôs uma ordem de restrição de três anos, proibindo qualquer contato fora do âmbito legal.

O que são AirTags e para que servem?
As AirTags são pequenos rastreadores desenvolvidos pela Apple, ideais para localizar objetos como mochilas, carteiras ou chaves. Elas funcionam via Bluetooth e usam a rede do app “Buscar”, conectando-se a milhões de dispositivos Apple ao redor do mundo. Assim, o usuário consegue visualizar a localização exata de seus itens em tempo real.
A configuração é simples: basta aproximar a AirTag do iPhone para emparelhar. O dispositivo conta com recursos como alertas sonoros e o Modo Perdido, que facilitam a localização de itens próximos. A precisão do rastreamento é um dos seus maiores diferenciais — mas também pode ser usada de forma indevida.
Quais os riscos do uso indevido das AirTags?
Apesar da proposta útil, as AirTags podem representar sérios riscos quando utilizadas com más intenções. Pessoas com comportamentos abusivos ou obsessivos vêm usando o acessório para espionar e seguir ex-parceiros ou até desconhecidos.
Embora a Apple destaque medidas de segurança como criptografia e alertas de rastreamento, especialistas criticam a empresa por falhas na proteção contra abusos. Em alguns casos, os alertas demoram a aparecer ou podem ser facilmente burlados.
Casos reais de uso indevido
O caso de Kevin Reid não é isolado. Em Bali, duas turistas australianas encerraram a viagem mais cedo após descobrirem uma AirTag escondida em suas mochilas. No Texas, uma mulher encontrou uma colada sob seu carro. E na Disney, uma adolescente foi rastreada por quatro horas até receber um alerta no iPhone.
Há ainda situações trágicas, como o caso de um homem morto pela ex-namorada, que o localizou por meio de uma AirTag escondida. A Apple foi processada por negligência, mas afirma colaborar com as autoridades e fornecer dados relacionados ao ID Apple do rastreador.
Como se proteger?
Se o iPhone emitir um alerta informando que uma AirTag desconhecida está se movendo com você, mantenha a calma. Use o som para localizar o dispositivo e, com ele em mãos, aproxime-o do celular para obter o número de série e, possivelmente, o ID do dono.
No app “Buscar”, vá até a aba Itens Detectados Com Você para instruções de desativação. Usuários de Android podem baixar o app Tracker Detect, da própria Apple, para escanear dispositivos próximos.
Caso suspeite de perseguição ou crime, não descarte a AirTag — ela pode servir como prova. Leve o dispositivo à delegacia e denuncie. Em situações de stalking, confiar no próprio instinto e agir rapidamente é essencial para evitar consequências mais graves.